13/04/2010

Biblioteconomia

Na biblioteca, os olhares são tímidos. As interações são disfarçadas com uma virada de página. O tempo passa devagar, tic-tac, dez e cinquenta e nove.
Levanta, vai até a estante. Sonha que ela faça o mesmo, que se encarem pela fresta dos livros.
Ela fica parada. Não sabe interpretar os sinais. Espera que ele volte e continue olhando, sabe-se lá até quando.
Na biblioteca, o amor só não é mais teórico que o romance dos livros.
Ele disfarça, enrola, procura livros que jamais leria. Se cansa. Escreve num papel, deixa em cima da mesa.
Ela não se contém, pensa que é um convite. Abre.
301.16.

Não sabe interpretar os sinais.

0 comentários: